Não poderia perder o costume, apesar de não saber o que dizer.
Dia 26 foi um dia muito bom, porque eu vi a maioria das pessoas que são especiais pra mim. Algumas a gente entende que não dá pra ver, mas só por enquanto. Cortei o cabelo logo cedo, porque eu quis, estive pensando e me orgulho bastante de mim esse ano. Fiz coisas que eu queria fazer, por mim e por mais ninguém.
Sem medo de julgamentos? Não. Mas, preparada pra escuta-los, recebê-los, chorar e ignorar. E isso aconteceu durante o ano inteiro, descobri pessoas com defeitos, mas que ainda sim eram incríveis e amáveis. Descobri que a minha religião não
existe ainda, e nem sei se quero que exista mais uma nesse mundo. Descobri que cabelo ainda define sexualidade, a roupa define caráter, e o sentimento muitas vezes não importa.
Às vezes não importa nem um pouco quem você é, mas sim, o que você pode fazer. E eu fiz, fiz amigos chorarem, chorei junto com eles, fiz minha família sofrer comigo em um tcc, fiz pessoas ficarem nervosas, calmas, irritadas, felizes e amorosas. Fiz um TCC, sozinha, e por mais que eu não acreditasse ser capaz, eu tirei 9,8. Eu fiz um teste pra bolsa de teatro, eu percebi que estar sozinha nem sempre é ruim, que coisas ilegais são legais (que ridículo), e confirmei mais uma vez que momentos são o que importam realmente.
Ninguém é feliz um dia inteiro, mas eu fui feliz a maior parte do tempo, eu estou aqui de novo escrevendo sobre mais um ano que se passou. Eu estou viva, e acima de tudo me sinto viva.
2.1 A lagarta se torna borboleta, mas nunca, jamais deixa de se lembrar do que era, e sabe que isso é apenas o começo da viagem. Mas agora ela tem asas e vai conhecer o mundo.
Estou viciada em munchkin, me ajudem.
Meu nariz saiu enorme nessa foto, mas era a única que representava a verdadeira Nathane do dia 26.