quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Um post grande, com muitas fotos, com um grande título e uma saudade maior ainda.


Vou me mudar.

E chegou a hora de empacotar as coisas, as roupas, os móveis, os antigos livros... Minha mãe me pediu para que me livrasse daqueles cadernos velhos, provas e folhas que não tinham mais uso e ficavam apenas ocupando espaço. Pra mim é muito difícil me livrar de coisas assim, tudo o que possuo e guardo contém uma memória ali presa, uma lembrança. Jogar isso fora seria como eliminar essa lembrança, esquece-la por completo. Escondi vários cadernos e folhas que não pude jogar fora, espero que minha mãe não os encontre.

Essa tarefa de me livrar de minhas “lembranças” me deixou um tanto triste. Tanta coisa já se passou desde a escola, que ás vezes quando me recordo é como se tudo tivesse sido apenas um sonho e agora sim eu despertei e vivo no mundo real. Não sei se isso me afeta mais do que em outras pessoas, tenho quase certeza que sim e me sinto um pouco infantil por isso.



Queria poder acordar novamente e dormir mais 5 minutos, vestir aquele uniforme, correr com a mochila nas costas descendo a rua com aquele frio congelando as minhas mãos. Dizer bom dia pra aquele que estava no portão com a mesma expressão de tédio de todos os dias, mas que nunca relutava em responder com um sorriso: Bom dia. Como uma excelente aluna que era, deixava para entrar para a sala de aula no último momento, enquanto uma senhora até muito simpática gritava no portão: Entre agora! Vou fechar o portão!

Mas sempre ouvia a mesma resposta: Estou esperando minha amiga! Ela já está chegando. E como conhecia bem a amiga, deveria imaginar que ela estaria levantando da cama nesse exato momento e enlouquecendo por achar seu cabelo horrível naquele dia ou que uma enorme espinha estaria nascendo em seu rosto. Mas para ela, ou melhor, para mim essa garota era a mais bonita que eu já tinha visto, e ás vezes dava vontade de “meter a mão na cara dela” quando ela já vinha com suas perguntas diárias: Eu fico melhor de short ou de calça? Meu cabelo tá um horror né? Passei muito pó no rosto? Amanhã vou passar chapinha nesse cabelo! Vamos ao banheiro?

Eu sempre sorria, ou não. Aquelas perguntas me enchiam me deixava irritada, ela sabia disso, mesmo assim dizia: Essa é a última pergunta tá?                           
Como eu gostaria que ela me enchesse de perguntas todos os dias como antes, para que eu pudesse dizer: Você é linda! E sempre foi. 




Quando eu cruzava a porta da sala de aula e via aquelas pessoas eu me sentia em casa, ás vezes eu me sentia bem mais á vontade no colégio do que em minha própria casa. Não me sentava antes de ir e desejar bom dia a um garoto que adorava sentar empurrando a cadeira pra trás, todos o advertiam de que um dia ele iria cair, mas esse dia nunca chegou. Esse garoto é o meu melhor amigo.



Como eu disse antes, éramos excelentes alunos. Todos comportados, eu e minha melhor amiga sempre nos sentávamos no fundo da sala junto com os outros garotos, eles sempre me faziam rir, não importa como eu estava, a vida poderia estar de ponta cabeça, mesmo assim naquela hora eu era a pessoa mais feliz do mundo, a mais risonha e animada. Não faltavam palhaçadas e criatividade para essas, gostávamos dos professores como se fossem nossos verdadeiros amigos e sempre os tratávamos assim.   









Não havia diferenças, todos eram zoados igualmente. As aulas de literatura e inglês eram as preferidas, risadas o tempo inteiro, até que o professor tenha que impor limites porque não sabíamos o que era isso. Orgulho em dizer que éramos unidos, quando um odiava alguém todos odiavam também, afinal tem que ser assim. Brigávamos muito, claro. Alguém já viu alguma vez na vida irmãos que não brigam entre si?
 


O intervalo era engraçado, quando não rebatíamos, ás vezes entrávamos no meio do jogo de futebol das crianças correndo como malucas, outras vezes comíamos o máximo que podíamos porque estávamos passando fome em casa, até passávamos na sala dos professores e lanchávamos com eles, ou uma distraía os outros enquanto a outra pegava o suco e o pacote de bolacha. 



Perdi a conta de quantos apelidos dávamos a cada um, quantas gírias inventávamos, o legal é que a escola toda aderia a elas: Aê Cachaça, Mas será o pé do bicho? (Jeff Teixeira), YOUUUU, Regação, Sid..., Moché, Jacareca, Mac’s, ETA ETA ETA ETA PÕE A MÃO PRA CIMA QUEM NUNCA PEGOU NA... Enfim, inúmeras criações vindas dessas mentes fantásticas, estudar que é bom nada né?







Quando digo que fiquei triste, eu realmente falei sério. Talvez eu devesse parar com isso e aprender a desapegar. Mas, me desculpem. Não é fácil se desapegar a pessoas que marcaram tão profundamente a sua vida. Não tem um dia em que eu não deseje voltar no tempo, nem que fosse em uma aula de física (Joaquim, gosto de você. Estou falando da matéria), matemática ou uma prova prática de Educação Física, apenas pra me sentir em casa, ver todos novamente, essa família que se separou, mas que ainda está ligada e continuará sempre, através das lembranças.


3 comentários:

  1. E a cadeira jamais cairá. u.u \o\

    Esqueceu da pitchula tata .-. suahsuahsu :3

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  2. Caraaaaaaamba, que liindo Nath. As vezes me esqueço de como essa época era boa, e falando assim parece que foi a miiil anos atraz. kk Mas foi ontem que o nosso Ensino Médio acabou, e infelismente,ou felismente tivemos que descobrir a tal da Faculdade :/ kkkk
    Foi bom leer isso, me deu uma saudade, e uma alegria enorme ! *-----* Parábens, de verdade, lindas palavras *-*

    beiijo, Verônica.

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  3. Obrigada vevee (: eu tava morrendo de saudade e transbordei em palavras...
    Adair, eu quis evitar conflitos rs

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