quinta-feira, 13 de julho de 2017

eu ainda existo de uma forma ou de outra

Demorei bastante entender porque minhas costas doíam só de um lado periodicamente.

Porque às vezes a minha vontade era de me deitar em posição fetal no chão, e às vezes eu fazia isso.

Porque muitas vezes me encontrava com os dedos na boca, roendo as unhas até chegar ao ponto de machucar a carne.

Porque um simples "não" significava tudo, milhares de pensamentos, milhares de incertezas, mas nunca um só "não".

Porque me olhar no espelho era tão difícil, porque aquela imagem refletida ali não me representava, mas ainda sim era eu.

Porque eu me afastava de todo mundo que me amava e queria meu bem, porque não conseguia manter uma conversa normal.

Porque ficar sozinha era ao mesmo tempo tão horrível, mas a única opção naquele momento.

Porque me faltavam as palavras pra explicar, por mais que eu quisesse falar e gritar e mostrar pra todo mundo que eu não estava bem.

Porque tudo se tornou tão frustrante, os estudos, os passeios, os dias, a vida.

Porque levantar da cama se tornou um fardo tão pesado em meus ombros inchados e doloridos.

Porque às vezes a vida parecia ser tão insignificante ao ponto de me fazer ter vontade de dormir o dia inteiro.

Porque às vezes eu tento respirar e não consigo, por mais que eu veja meus pulmões trabalhando, e meu peito em movimentos.

Porque um dia consigo sorrir e no outro não.

Porque um dia eu me esforço e no outro não?

Não.

Eu me esforço todos os dias, principalmente nesses dias difíceis.

Demorei bastante pra entender, mas às vezes não entendo.


Como posso explicar pra você como é viver com ansiedade?

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